As condições e a localização dos terremotos que atingiram Chile e Haiti explicam porque um abalo muito superior, como o chileno, causou um número mínimo de vítimas em relação ao fenômeno que devastou o Haiti, em janeiro passado.
Até o momento, o terremoto do Chile, de 8,8 graus, deixou 708 mortos, enquanto o tremor no Haiti, de 7,7 graus, matou mais de 220 mil pessoas.
No Chile, o abalo da madrugada de sábado passado teve seu epicentro a 115 km da cidade de Concepción e a 325 km de Santiago, mas no Haiti o epicentro foi a 25 km de Porto Príncipe, a capital do país.
No Haiti, a pouca profundidade do tremor, a cerca de 10 km da superfície, multiplicou a violência das vibrações e amplificou os danos no solo. Já no Chile, o epicentro foi cerca de 35 km sob o oceano, o que reduziu o impacto, mas produziu um tsunami. "Mas a diferença não se deve apenas ao epicentro do tremor, já que o Chile está muito melhor preparado que o Haiti para enfrentar qualquer abalo desta intensidade", disse à AFP Roger Bilham, professor de geologia da Universidade do Colorado.
O Chile se encontra em uma das zonas de maior atividade sísmica do mundo, na convergência de duas grandes placas tectônicas, o que provoca abalos de 8 graus a cada dez anos, aproximadamente, mas o Haiti não sofria um terremoto tão catastrófico na região de Porto Príncipe há 240 anos.
Por sorte no Brasil há chances sim de acontecer terremotos, mas seria muito baixo.